Diretor da Deva Veículos, Carlos Brusco assegurou ao site Livre Concorrência que ninguém na concessionária está autorizado a fazer “esse tipo de consulta”, referindo-se às pesquisas sobre a situação do CPF do jornalista Ivens Carús. O funcionário não conseguiu justificar as ações. Medioli e Afonso Rodrigues ignoraram as correspondências eletrônicas enviadas.
Desde janeiro de 2017, o político e empresário Vittorio Medioli tem utilizado uma de suas empresas, a Deva Veículos, que tem sede em Betim (MG), para espionar comercialmente o editor do site LIvre Concorrência. A descoberta aconteceu no final do mês passado, quando o jornalista Ivens Carús recebeu relatório das consultas ao seu CPF enviado pela Serasa. Até agora, foram feitas sete consultas em nome da empresa de Medioli. A última ocorreu em 27 de julho deste ano. Questionado por telefone, o diretor Carlos Brusco afirmou que “ninguém está autorizado a realizar esse tipo de consulta”. Garantiu que “Medioli é o dono da empresa, mas nunca aparece por aqui”. Disse estranhar o fato, mas não respondeu aos questionamentos feitos por correspondência eletrônica. A Deva é concessionária dos caminhos da marca Iveco (foto de abertura).
Medioli, que luta na Justiça para silenciar o site LIvre Concorrência, promovendo um verdadeiro assédio processual, com uma avalanche de queixas-crime e pelo menos três ações indenizatórias, há pelo menos quatro anos iniciou uma espionagem com finalidades não esclarecidas, negando-se a explicar. Não há justificativa legal para a realização das consultas, frente a inexistência de qualquer relação comercial entre Carús e a Deva Veículos. Em correspondência eletrônica, o político e empresário alertou para a existência de inquérito policial na Delegacia Regional de Polícia de Betim, cidade que Medioli administra como prefeito.
O site Livre Concorrência enviou correspondências eletrônicas questionando Vittorio Medioli e Afonso Rodrigues de Carvalho a respeito do comércio de caminhões realizados entre Medioli e Carvalho, após o acordo em queixa-crime. O político e empresário também foi questionado a respeito dos motivos das consultas à Serasa. Até o fechamento da edição, não houve retorno. Ao diretor Carlos Brusque, também foi enviada correspondência eletrônica questionando a respeito da possível justificativa sobre as consultas no banco de dados da Serasa. Da mesma forma, não houve resposta.