
A falta de concorrência no escoamento da produção foi um dos principais fatores que levou mais de 271 mil consumidores que adquiriram veículos da Volkswagen do Brasil a arcar com um prejuízo de R$ 151,1 milhão ao longo de 2017. Outro motivo foi a confissão judicial do alinhamento da montadora alemã à organização criminosa que controla o setor de transporte de veículos novos, comandada por empresas antes associadas à ANTV (entidade extinta por determinação da Justiça Federal) e ao Sindicato dos Cegonheiros de São Paulo (Sinaceg), também condenado em 1ª instância por formação de cartel.
Ao portal G1, que está fazendo uma série de reportagens com executivos das montadoras que mais vendem veículos no país, o presidente da Volkswagen, Paulo Di Si, denunciado no Ministério Público em São Paulo por associação ao cartel, destacou textualmente:
“O aprendizado é ser transparente, seguir as leis de cada país.”
O executivo referiu-se aos escândalos que envolvem a montadora na Europa e nos Estados Unidos. Ele argumentou que é praticamente impossível produzir um veículo com custo menor no Brasil, mas não referiu o prejuízo que os consumidores vêm arcando com o superfaturamento no preço dos fretes. O G1 sequer toca no assunto do cartel que controla o escoamento de 95% do setor no mercado brasileiro.
O prejuízo aos consumidores que optam pela compra de veículos da marca Volkswagen aparece com maior destaque à medida que cálculos são feitos. Do total de unidades emplacadas em 2017, o superfaturamento no valor pago a título de frete mostra um custo a maior da ordem de R$ 12,5 milhões por mês. A montadora repassa integralmente esses valores ao consumidor.
Tomando-se por base o preço médio do Gol, em sua versão mais barata, o prejuízo equivale a 3.978 veículos novos. A cada dia, o consumidor da marca Volkswagen é penalizado em R$ 484.599,00, o equivalente a 12,7 veículos modelo Gol.
Alinhamento
Em dezembro do ano passado, a Volkswagen do Brasil ingressou com pedido de liminar na justiça de São Bernardo do Campo (SP) visando à desobstrução da fábrica, paralisada por movimento grevista. Segundo a montadora, cegonheiros filiados ao Sinaceg e agregados às transportadoras Transauto, Tegma, Brazul, Transzero e Dacunha, rebelaram-se contra o BID (cotação de preços) em andamento na Volkswagen para a contratação de novos transportadores.
Assim que a liminar foi expedida, a própria montadora anunciou acordo com os mesmos agentes. Na petição, a montadora afirmou ser vítima do cartel, que impede o exercício da livre concorrência e cobra fretes mais caros que outras empresas do setor.
Metodologia
A investigação do Ministério Público Federal (MPF) revelou dois dados importantes. O primeiro é que aproximadamente 4% do valor final do veículo novo produzido por montadoras no país equivale ao custo do transporte até o consumidor final.
O segundo é que a falta de concorrência no setor de transporte de veículos novos impede a redução de 25% do valor total do frete, pago pelo consumidor a mais, sem o menor conhecimento, a partir da implantação do chamado sistema CIF (frete embutido no preço do veículo). De posse desses dados, o site Livre Concorrência fez um levantamento do prejuízo causado ao consumidor, tendo como base o valor médio de todos os veículos (automóveis e comerciais leves) emplacados da marca Volkswagen em 2017. Na tabela que publicamos acima estão os modelos, o preço médio do veículo, o total das vendas, o cálculo dos 4% referentes ao frete e os 25% que representa o tamanho da lesão arcada pelos consumidores.
OS DIAS DE EXISTÊNCIA DESTE CARTEL ESTÃO CHEGANDO AO FIM. CONFIO NO MPF, E EM SUAS INVESTIGAÇÕES, PRINCIPALMENTE PARA LEVAR À PRISÃO TODOS OS PROCESSADOS POR ESTE CRIME EDIONDO CONTRA O NOSSO PAÍS E AOS CONSUMIDORES FINAIS.
AVANTE BRASIL!!!