
Protege foi alvo de sequestro de dados em 28 de julho. Três empresas (Protege, Brink’s e Prosegur) concentram 80% dos serviços prestados no segmento. Problema poderia prejudicar o acesso a dinheiro em espécie.
A Protege foi vítima de ataque hacker em 28 de julho. O mercado de custódia e transporte de valores no Brasil é dominado por três empresas: Protege, Brink’s e Prosegur. As três empresas detêm mais de 80% dos serviços prestados no setor. Essa concentração, somada à ameaça de infecção dos sistemas de computadores por meio de ransomware, alertou para possibilidade de risco de desabastecimento em caixas eletrônicos e estabelecimentos comerciais em caso de sequestro de dados dessas operadoras. Ao blog Tilt, do UOL, a companhia afirmou que não houve comprometimento dos sistemas, apesar dos esforços dos invasores.
À Tilt, a Protege informou que no dia do ataque os sistemas foram prontamente isolados, o que permitiu retomada de todas as operações de gestão de numerário e transporte de valores. O repórter Guilherme Tagiaroli escreveu:
“A companhia não detalhou se houve algum tipo de prejuízo financeiro e se já sabe exatamente como ocorreu a tentativa de sequestro dos seus sistemas.”
Na matéria, publicada em 1º de agosto, o jornalista acrescentou:
“Ainda que não tenha havido grandes problemas no transporte de valores, três empresas – a norte-americana Brink’s, a espanhola Prosegur e a brasileira Protege – detêm 80% deste mercado. Algum problema nessa cadeia poderia prejudicar o acesso a dinheiro em espécie em bancos ou caixas eletrônicos.”
A falha de segurança foi comunicada aos clientes por meio de carta. O texto não entra em detalhes, mas admite que, “para preservar o ambiente”, foi necessário desligar “integrações e conexões”. Segundo fontes do mercado, as operações da empresa começaram somente às 9h30 – sem sistemas, sem imagens e sem telefonia fixa. No dia do ataque, a Protege divulgou a nota abaixo.

Na ocasião, as Guias de Transporte de Valores (GTVs) eletrônicas precisaram ser impressas. A paralisação das atividades é preocupante, sobretudo pelo montante faturado pelo setor anualmente: cerca de R$ 5 bilhões. Denúncias de cartelização no transporte de valores levaram o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abrir inquérito administrativo para investigar o setor.