
A notícia coloca o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na contramão de sua principal missão: garantir a livre concorrência. Na sessão da última quarta-feira (11), o Tribunal da autarquia autorizou a compra da Transvip pela Prossegur, que continua aumentando sua participação no mercado de transporte e custódia de valores.
Um dia antes, o Sindicato dos Empregados nas Empresas de Transporte de Valores do Estado de Minas Gerais (sinttrav) anunciou o fim das atividades da Transporte de Valores Esquadra, em vários estados, “por dificuldade de concorrer no mercado com as gigantes Prossegur, Protege e Brink’s” que, segundo a nota publicada no site da entidade, detêm cerca de 90% do mercado em todo o país.
Apesar do parecer contrário da Superintendência-Geral à operação de compra da Transvip pela Prossegur, os conselheiros aprovaram a aquisição da totalidade do capital social da Transvip, mediante a celebração de Acordo em Controle de Concentração.
Com a decisão do Cade, a Prossegur está proibida de fazer novas aquisições num período de três anos em todo o território nacional. Mesmo que a autoridade antitruste tenha detectado nos últimos anos um aumento da concentração e um chamado padrão de crescimento não-orgânico dos agentes econômicos no setor, a compra foi autorizada.
Nesse ato de concentração envolve o mercado de transporte e custódia de valores nos estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, além do transporte de cargas especiais no estados de São Paulo e Rio de Janeiro. As preocupações concorrenciais demonstradas quanto ao movimento de aquisições envolvendo o setor foram desconsideradas pelo Tribunal do Cade, que teve a conselheira Paula Azevedo como relatora. (Com informações da Assessoria de Comunicação Social do Cade.)
Fim das operações
O Sinttrav, que tem sede em Minas Gerais, publicou nota informando ainda que a entidade “respeita a decisão do grupo Esquadra, mas lamenta o encerramento das suas atividades de transporte de valores”, por considerar um grande prejuízo para os trabalhadores e a sociedade em geral com uma empresa a menos no mercado, pois retira a oportunidade dos trabalhadores vigilantes de se recolocarem no mercado e também a sociedade civil que perde com a livre concorrência. A entidade também informa que a Esquadra está rescindindo todos os contratos de prestação de serviço nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Distrito Federal.