Cade celebra acordo com Ambev em investigação de abuso de posição dominante no mercado de cervejas

O TCC apresenta cláusulas para assegurar que os pontos de vendas estejam, ao final da exclusividade firmada com a Ambev, desimpedidos para comercializar as marcas de cervejas que quiserem ou para celebrar acordos de exclusividade de vendas com outras empresas presentes no mercado. Também ficou estabelecido que os contratos de exclusividade isentarão os pontos de venda de qualquer tipo de sanção pecuniária por rescisão antecipada e vedou a inclusão de cláusula de preferência sobre pontos de venda futuros em favor da compromissária.

De Brasília

Pouco mais de um ano depois da medida preventiva contra a cervejaria dona da marca Brahma, o Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) homologou Termo de Compromisso de Cessação (TCC) com a Ambev para preservar as condições de concorrência do mercado brasileiro de cervejas. O acordo foi firmado no âmbito de inquérito administrativo que investiga denúncia de que os contratos de exclusividade de vendas celebrados pela Ambev com bares, restaurantes e casas noturnas poderiam prejudicar a atuação das cervejarias concorrentes no mercado, ao limitar seu acesso a pontos de venda estratégicos. A decisão foi proferida na sessão de julgamento de 11 de novembro.

Pelos termos do TCC, a Ambev terá que limitar a celebração de acordos de exclusividade de vendas com bares, restaurantes e casas noturnas em sua base aos seguintes percentuais cumulativos:

  • 6% do quantitativo de pontos de venda em cada unidade da federação.
  • 12% do volume comercializado sob contratos de exclusividade de vendas em cada unidade da federação.
  • 8% do quantitativo de pontos de vendas nas capitais das unidades federativas e municípios com mais de um milhão de habitantes.
  • 20% do volume comercializado sob contratos de exclusividade de vendas nas capitais das unidades federativas e municípios com mais de um milhão de habitantes.
  • 15% do quantitativo de pontos de vendas em áreas nobres de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF).

Além de estabelecer os percentuais, o TCC apresenta cláusulas para assegurar que os pontos de vendas estejam, ao final da exclusividade firmada com a Ambev, desimpedidos para comercializar as marcas de cervejas que quiserem ou para celebrar acordos de exclusividade de vendas com outras empresas presentes no mercado. Nesse sentido, limita o prazo de vigência dos contratos a cinco anos, salvo situações excepcionais, e proíbe que eles sejam renovados de forma automática. Por fim, o TCC estabeleceu que os contratos de exclusividade isentarão os pontos de venda de qualquer tipo de sanção pecuniária por rescisão antecipada e vedou a inclusão de cláusula de preferência sobre pontos de venda futuros em favor da compromissária.

O TCC foi proposto e negociado na Superintendência-Geral do Cade, que se manifestou no sentido de que a celebração do termo de cessação é conveniente e oportuna para a Administração Pública, por conter obrigações efetivas para a resolução da prática concorrencial investigada e por representar uma solução mais rápida, economizando tempo e recursos públicos.

Entenda o caso
O Inquérito Administrativo nº 08700.001992/2022-21 foi instaurado em março de 2022, após a Heineken Brasil acionar a autoridade concorrencial brasileira alegando que a Ambev estaria abusando de sua posição dominante, por meio de contratos de exclusividade nos canais frios, que são pontos de venda de cerveja gelada, para consumo imediato no local, como bares e restaurantes.

No dia 29 de setembro do mesmo ano, o Cade concedeu medida preventiva para impedir que fossem assinados novos contratos de exclusividade pela Ambev, relativos a vendas de cerveja em bares, restaurantes e casas noturnas, até o final da Copa do Mundo do Catar, em dezembro.

Agora, o inquérito ficará suspenso durante a vigência do TCC, que tem previsão de término em 31 de dezembro de 2028. Ao final, a investigação será arquivada, caso se conclua pelo cumprimento do acordo pela Ambev.

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Um comentário sobre "Cade celebra acordo com Ambev em investigação de abuso de posição dominante no mercado de cervejas"

  1. LUIZ CARLOS BEZERRA disse:

    SÓ TEMOS É QUE PARABENIZAR ESTE ÓRGÃAO POR ESSAS DECISÕES!
    CERVEJAS PRODUZIDAS EM NOSSA NAÇÃO PODEM SER COMERCIALIZADAS PARA QUALQUER BAR OU OUTRAS ENTIDADES, QUE OPTEM POR VENDER ESSAS BEBIDAS, SEJAM ELAS QUAIS FOREM. CONTUDO, DEVEM SER ANALISADAS SUAS PRODUÇÕES, PARA NÃO OCORREREM ERROS QUE CAUSEM TRANSTORNOS DE SAÚDE AOS SEUS CONSUMIDORES, COMO JÁ OCORRERAM EM OUTROS FABRICANTES DESSES PRODUTOS NO PASSADO RECENTE!
    NADA MAIS A COMENTAR!

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