Testemunhas revelam à Polícia que funcionário da Brazul fez ameaças de morte e citam outros nomes envolvidos em vandalismo contra a Caoa-Chery

“Tá me filmando? Eu vou matar vocês.” As frases foram repetidas várias vezes por Rafael Leão, funcionário da Brazul Transporte de Veículos. Enquanto reforçava a ameaça, o vândalo atirava pedras e tentava, a qualquer custo, abrir a porta do veículo Santa Fé, dirigido por um dos gerentes da Transportes Gabardo. A afirmação consta no depoimento prestado ao delegado Tarsis Savio Bernardes da Silva, titular do Segundo Distrito Policial da cidade de Jacareí (SP). O testemunho foi prestados nos  dias 12 e 13 deste mês.

Por quase um mês, a montadora esteve sob o cerco de manifestantes a serviço do cartel dos cegonheiros – uma associação criminosa que detém com mãos de ferro mais de 95% dos fretes de veículos novos no país. O grupo vandalizou veículos e cargas da transportadora gaúcha. A Gabardo venceu concorrência aberta pela marca. O cartel não aceita a entrada de novos operadores.

Testemunhas vítimas das agressões também revelaram que Fabiano Gonçalves Santos (foto abaixo), agregado à empresa Brazul, tomou de assalto um caminhão-cegonha e o atirou contra os veículos dos trabalhadores recém-contratados pela Caoa-Chery:
“Fabiano Gonçalves Santos furtou a carreta Scania com a logomarca da Gabardo, usando-a para arremessá-la contra outros veículos da transportadora gaúcha que venceu a cotação de preços organizada pela montadora Caoa-Chery.”

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As testemunhas também disseram:
“Flavio Gomes, conduzindo a carreta de placas MRF-3673, de propriedade da empresa Pires de Paula Transportes e Terraplanagem, colidiu propositadamente contra o automóvel Vera Cruz por duas vezes seguidas, causando apenas danos materiais, porque o veículo é blindado.”

Eles contaram que outra carreta de placas NVZ-3362, de propriedade da empresa União Transportadora de Veículo Eirele, posicionou-se atrás do Vera Cruz, impedindo-o de escapar do local do conflito. No relato, detalharam o que fez o condutor do caminhão da empresa, Evaldo Sabione Júnior, placa HFD-3054:
“Foi para a frente do nosso veículo e deu marcha a ré, com a intenção de prensar o Vera Cruz contra outro caminhão que estava na parte traseira, nos cercando. Além disso, o automóvel Toyota Corola, placas EDA-7186, também participou do cerco, tentando nos impedir de sair do local. Com muitas manobras, conseguimos nos afastar.”

Nos depoimentos, as testemunhas garantiram ao delegado que outras pessoas foram identificadas por eles como personagens ativas das manifestações violentas ocorridas nas proximidades da montadora em Jacareí. Revelaram que Jorge Bianconi (flagrado no vídeo abaixo), filho de Ângela Costabile Bianconi, agregada à Tegma Gestão Logística, foi o responsável pelo lançamento de pedras em diversos veículos, incluindo o Vera Cruz onde se encontravam.

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Os depoentes também acusam Ângela Bianconi como autora de inúmeras depredações em caminhões da Transportes Gabardo, a exemplo de furos em tanques e filtros de combustíveis, o que, segundo eles, determinou o acionamento da defesa civil e do corpo de bombeiros para “evitar um possível incêndio e danos ao meio ambiente”.

Identificaram ainda, a participação nos atos de vandalismo, de Mauro Marcelino Simeão e do filho André Simeão, integrantes do Sindicato Nacional dos Cegonheiros (Sinaceg). Um caminhão de propriedade da Mexicano Transportes, de Gilmar Donizete da Silva, o Mexicano, diretor executivo do Sinaceg, também participou das manifestações de Jacareí. Todas as empresas citadas no depoimento dados ao delegado não estão inscritas no município de Jacareí.

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