Cegonheiros que transportam veículos da GM reclamam de falta de infraestrutura na Argentina

Enquanto o presidente da General Motors na América Latina, Carlos Zarlenga, anuncia investimentos de R$ 10 bilhões em fábricas paulistas, em Rosário, na Argentina, a montadora obriga cegonheiros (a maioria gaúcha) a fazer necessidades fisiológicas em meio a um matagal nas proximidades da montadora. Um motorista explicou que, por vezes, precisa esperar entre dois e três dias para recarregar. Ele queixou-se:

“Nem a nossa comida é permitido fazer aqui.”

A denúncia chegou à redação do site Livre Concorrência nesta semana. Os cegonheiros, alguns empresários e outros motoristas, são agregados à transportadora Júlio Simões, que tem sede em Mogi das Cruzes (SP). A empresas paulista é responsável pelo escoamento de parte da produção da GM de Gravataí, no Rio Grande do Sul.

No total, são cerca de 200 profissionais envolvidos no transporte entre as fábricas da GM no Brasil e na Argentina. Os caminhões-cegonha saem carregados de Onix e Prisma, produzidos na unidade de Gravataí, e retornam transportando Cruze, fabricados em Rosario, na Argentina.

Outro carreteiro reforçou a crítica:

“Esses problemas não são de hoje. Há muito tempo que somos tratados com descaso e sem as mínimas condições de higiene. Não há pátio da Júlio Simões aqui. Somos obrigados a ficar ao relento e relegados à própria sorte. A montadora manda o guarda fechar o portão e não podemos nem sequer voltar para nossos caminhões quando ficam no interior da fábrica.”

Os seguranças da montadora argentina também impedem cegonheiros de fazer seus alimentos nas chamadas caixas de cozinha das carretas. Segundo relatam os motoristas, não há um restaurante que ofereça alimentação adequada nas proximidades da fábrica.

Cegonheiro que preferiu não se identificar explicou o objetivo do vídeo encaminhado ao Livre Concorrência. As imagens foram gravadas na noite de 19 de março:

Em Gravataí, o pátio da Júlio Simões melhorou um pouco, depois de muitas reclamações, mas está longe do ideal. Há um banheiro só para muitos profissionais.” Eles não têm para quem apelar. Por isso encaminhamos ao site.”

Júlio Simões não pertence ao cartel dos cegonheiros
A GM foi obrigada por ordem judicial a contratar novos transportadores não vinculados ao sistema ANTV e Sinaceg. A Júlio Simões ganhou cotação de preços da montadora há mais de dez anos. Procurada, a transportadora que agrega os cegonheiros informou por meio da assessoria que o problema ocorreu excepcionalmente no último final de semana.

“Os banheiros estavam em manutenção. Diante disso, foi estabelecido um acordo com um posto de serviço próximo da planta, para que motoristas pudessem descansar, preparar refeições em uma cozinha, bem como utilizar os sanitários.”

A empresa paulista também esclareceu:

“O serviço de reforma dos banheiros sofreu pequeno atraso e, coincidentemente, no dia 18 não houve a liberação dos veículos na Aduana, o que gerou acúmulo de motoristas. Tudo deverá estar normalizado amanhã (dia 20).”

Os cegonheiros contestam a manutenção dos sanitários.

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