O órgão executivo da União Europeia investiga se os grupos Fiat-Chrysler, Renault, Nissan, PSA e Jaguar Land Rover organizaram-se secretamente para aumentar o preço de determinados componentes automotivos. Conforme informou o jornal alemão Der Spiegel, as marcas sob a mira das autoridades antitruste teriam combinado preços, fazendo com que o custo de peças para o consumidor final aumentasse 25%. A notícia foi replicada no site português Motor24.
No final do ano passado, outra investigação foi aberta para apurar se as montadoras Volkswagen, Audi, Porsche, Mercedes e BMW conspiraram para atrasar o lançamento de tecnologias para reduzir a emissão de poluentes. Em qualquer um dos casos, as ações contra as montadoras podem resultar em multas pesadas.
Conluio da Volkswagen com cartel dos cegonheiros
Também tramita no Ministério Público alemão denúncia contra a associação da Volkswagen do Brasil com o cartel dos cegonheiros. Em 2017, a montadora denunciou na Justiça brasileira um conluio entre sindicato de cegonheiros e transportadoras, o que a impedia de buscar melhoria técnica e preços mais competitivos. Uma greve (locaute) parou a montadora por 15 dias. Vinte e quatro horas depois de conseguir ordem para desbloquear o acesso á fábrica, a VW anunciou acordo com a mesma associação cartelizante, aplicando um chamado “golpe branco” no mercado. Várias empresas participaram do BID (cotação de preços) para escoar a produção, mas foram “enganadas” pela montadora alemã, que manteve as mesmas transportadoras.
Montadoras também estão sendo investigadas no Brasil
Aqui no Brasil, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) apura possíveis infrações à ordem econômica praticadas por montadoras de automóveis, principalmente crimes como formação de cartel no setor de transporte de veículos novos.
Em agosto de 2018, o órgão antitruste encaminhou a 16 marcas um questionário para saber quais transportadoras atendem à indústria automobilística e quais procedimentos competitivos foram usados para contratá-las. O setor é dominado pelo cartel dos cegonheiros, formado por empresas e sindicatos que violam os princípios constitucionais da livre concorrência. Essa associação criminosa, assim definida pela Polícia Federal e Ministérios Públicos Federal e estaduais, concentra mais de 95% dos fretes.

O conluio entre montadoras e transportadoras do chamado cartel dos cegonheiros causou aos consumidores finais prejuízo de R$ 1,8 bilhão em 2018. Em dois anos, o ágio decorrente da falta de livre concorrência no setor excedeu a cifra de R$ 3,2 bilhões. Em 2017, perda chegou a R$ 1,4 bilhão.