
A Volkswagen do Brasil continua fazendo mistério para revelar o resultado da cotação de preços para o transporte da produção de seus veículos. O setor esperava pela decisão até 30 de outubro, mas o anúncio não foi divulgado. Há meses que várias empresas estão participando de inúmeras fases.
A montadora, a exemplo das demais que continuam abraçadas ao cartel que controla cerca de 95% do mercado, não quer se pronunciar a respeito. A caixa preta é escondida do mercado e das autoridades. Desta vez, no entanto, a cotação da VW está sob a lupa do Ministério Público Federal de São Paulo.
Temor de condenação
Nos últimos dois anos, esta é a segunda vez que a Volkswagen do Brasil anunciou cotação de preços, o chamado BID. Na última, a montadora alemã foi forçada a recuar depois que integrantes do Sindicato dos Cegonheiros de São Paulo (Sinaceg) deflagraram uma greve ilegal (de patrões).
A Volks decidiu suspender o andamento do procedimento interno. A decisão foi considerada pelo mercado como um golpe branco. Agora, com a recente condenação da General Motors do Brasil, do Sindicam e da ANTV, por participação na formação de cartel, o temor tomou conta também da Volks. É que a alemã segue os mesmos padrões da norte-americana no escoamento da produção. Tem como contratadas, empresas participantes da ANTV, entidade extinta por ordem da Justiça Federal gaúcha.
Venda de vagas na Bonança
Outro motivo que pode ter contribuído para o atraso na cotação de preços da Volkswagen está no anúncio de venda de vagas por R$ 250 mil que circulou nas redes sociais. O “acordo” com o braço político do cartel, o Sinaceg, negado pelo sócio da Bonança e confirmado na Feira dos Cegonheiros e pelo presidente do Sintravers, tinha como um dos principais objetivos o transporte de veículos VW para o Uruguai. O caso movimentou o setor e foi parar no Ministério Público Federal de São Bernardo do Campo, onde dois inquéritos estão em andamento rumo ao Poder Judiciário.