
Em seu último discurso proferido na tribuna da Câmara dos Deputados em 2017, o deputado federal Pastor Eurico (PHS-PE) afirmou que o sistema responsável pelo monopólio do transporte de veículos novos no Brasil começa a dar sinais de falência. A declaração baseou-se em decisões da Justiça a favor de um grupo de cegonheiros pernambucanos que decidiu enfrentar o cartel formado por empresas e entidades de classe de São Paulo e de Minas Gerais. A maior conquista, porém, ele disse que ocorreu no Supremo Tribunal Federal, onde responde a dois processos por calúnia, impetrados por Vittorio Medioli, dono do grupo Sada e atual prefeito de Betim (MG). Pastor Eurico acusa o político e empresário mineiro de ser o “chefe da máfia” que detém o controle do setor.
No Supremo, a ministra Rosa Weber, relatora dos processos, pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) fosse ouvida. Pastor considerou positiva a decisão da ministra. Segundo ele, será mais uma oportunidade de a Justiça apurar as irregularidades cometidas pela organização criminosa comandada por Medioli.
Lista de crimes
Na petição encaminhada ao Supremo, o parlamentar pernambucano citou os principais crimes atribuídos ao dirigente máximo da Sada: formação de cartel, formação de quadrilha, crimes de organização ou associação criminosa, falsos documentais e tributários e lavagem de dinheiro.
“Ao me processar por calúnia, Medioli parece que desconhecia os processos em que ele aparece arrolado. Processos nos quais figura como acusado, sentenciado e condenado a pagar multas altíssimas até por evasão de divisas. Ele (Medioli) também está arrolado entre os cabeças do movimento cartelista do transporte veículos novos no País.”
Da tribuna, Pastor agradeceu a postura da ministra:
“Quero registrar a seriedade da ministra Rosa Weber (do Supremo Tribunal Federal). A ministra-relatora do processo de calúnia movido contra mim por Medioli, ao ler nossa defesa, decidiu despachar para o Ministério Público Federal (MPF) e pedir apuração de tudo que apresentamos em nossa defesa. São coisas gravíssimas que, dizem, ninguém tem coragem de enfrentar.”
No despacho de 14 de dezembro, Rosa Weber agiu como determina a Lei 8.038/90: “Em ação penal de iniciativa privada, será ouvido, em igual prazo, o Ministério Público.”
O parlamentar disse ainda que a defesa apresentada por ele tem atraído a atenção de outros órgãos: Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), da Polícia Federal e do Ministério Público.
Luta dos cegonheiros pernambucanos
Para finalizar, citou a luta dos cegonheiros pernambucanos. O grupo está mobilizado há 150 dias. Os carreteiros daquele Estado concentram-se em frente à fábrica da Fiat, sem bloquear os acessos à montadora. Eles protestam contra o descumprimento de normas previstas no Programa de Incentivo Fiscal do Setor Automotivo de Pernambuco (Prodeauto). Para receber incentivos fiscais do governo daquele Estado, a Fiat/Jeep se comprometeu a contratar cegonheiros de Pernambuco para escoar a produção de veículos fabricados na unidade instalada no município de Goiana. Em vez disso, a montadora entregou a totalidade dos fretes de veículos novos a empresas mineiras e paulistas ligadas ao cartel dos cegonheiros.
E concluiu:
É chegada a hora de o MPF atuar, principalmente agora, com o aval da Exma. Sra. Rosa Weber, Ministra do SPF, QUE CERTAMENTE ATUARÁ COM TOTAL SERIEDADE AO QUAL LHE COMPETE PARA O CARGO.
CONFIAMOS NO SISTEMA JURÍDICO DESTE PAÍS E, PRINCIPALMENTE NO MPF E CADE!
O PRODEAUTO TEM QUE SER CUMPRIDO, E ISSO É UM FATO!
PARABÉNS DEP. FEDERAL PASTOR EURICO. A CATEGORIA DOS TRANSPORTADORES DE PERNAMBUCO AGRADECE PELOS TEUS INCESSANTES ESFORÇOS EM PROL DO SETOR, ORA MARGINALIZADO!
DRA. ROSA WEBER!!! PARABÉNS!!!
A assoceg-ba também vem lutando para que na Bahia também consigamos o direito de trabalho parabéns ao povo do Pernambuco aqui também estamos em busca do nosso direito.
Associação dos cegonheiros do estado da Bahia. ASSOCEG-BA