
Com a “ajuda” de três colaboradores da Caoa, executivos da Brazul Transporte de Veículos tentaram conquistar o transporte de veículos da fábrica da Caoa, sediada em Anápolis (GO), sem que a montadora abrisse concorrência (BID) para contratar novos prestadores de serviço. Tratativas, ocorridas em junho de 2009, tiveram promessa de frete sem reajuste por dois anos, acrescido de desconto de 10% sobre os valores pagos a uma transportadora gaúcha, além de outras benesses. Tudo está em poder do Cade.

De São Paulo
Documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a deflagração da Operação Pacto – 17 de outubro de 2019 – mostram as tratativas de dois executivos da Brazul Transporte de Veículos – controlada pelo grupo Sada, de propriedade do político e empresário Vittorio Medioli – para conquistar sem concorrência o transporte dos veículos Hyundai produzidos pela Caoa na planta de Anápolis (GO). Houve a participação de três colaboradores da montadora: Vitor, Pereira e Barni. Eles são citados em correspondências eletrônicas trocadas entre Alexandre Santos, um dos indiciados no inquérito policial federal, e Gilberto dos Santos Portugal, já falecido. O site Livre Concorrência teve acesso aos conteúdos com exclusividade.
Segundo o material apreendido, existem fortes indícios de que um dos colaboradores da Caoa ouvia de forma sorrateira conversas do então presidente do grupo, Carlos Aberto de Oliveira Andrade, ao telefone para posteriormente repassar informações confidenciais aos executivos da Brazul. O diretor da empresa de Medioli, já falecido, chegou a determinar a oferta de fretes sem reajuste durante um período de dois anos, somados a descontos de 10% sobre o valor pago à Transportes Gabardo, empresa responsável pelo escoamento da produção da fábrica de Goiás.
Em 25 de junho de 2009, Gilberto Portugal escreveu:
“Assumimos a tarifa atualmente praticada pela empresa e sobre a mesma ainda damos desconto ou outra forma de 10%.”
Um dia antes, Portugal afirmara:
“Alexandre, ótima ideia. E além disto, retorne por telefone ao Vitor e informe ao mesmo que – o frete, o que ajustamos, colocamos em contrato que valerá por 2 anos sem reajuste e a partir daí pelo INPC anual, maio de cada ano. Se isto não for cumprido por qualquer motivo (greve), a empresa retorna com o valor em dobro como multa. Vamos contra-atacar o Gabardo.”
Desbancar concorrentes
Atitude semelhante teve o político e empresário Vittorio Medioli, proprietário do grupo Sada, controlador da Brazul. Em documentos também apreendidos pelos federais na mesma operação, Medioli orienta para a implantação do chamado Programa P-50 ou P-60, que consiste em oferecer desconto de até 60% nos valores dos chamados fretes de retorno por meio de uma de suas empresas, a Autoservice Logística, visando “desbancar as gatas e demais”, referindo-se a empresas concorrentes.
Procurada, a Transportes Gabardo não quis se manifestar.
QUE COISA LAMENTÁVEL, NÃO É MESMO?
COMO PODE ALGUNS FUNCIONÁRIOS DESSA EMPRESA, TENTAREM SE COOPTAR AO BANDIDO MAIOR, QUE LIDERA ESSA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, DENOMINADA CARTEL DOS CEGONHEIROS, TRAINDO A DIREÇÃO DA EMPRESA QUE PRESTA SERVIÇOS?
DEIXAR DE TRABALHAR COM UMA EMPRESA QUE SEMPRE OS ATENDEU BEM, PARA TRABALHAR COM EMPRESAS QUE INTEGRAM O CARTEL. COISA LAMENTÁVEL MESMO.
O SR. SÉRGIO GABARDO, NEM PRECISA SE PRONUNCIAR MESMO. DEVE HAVER MAIS ALGUNS COOPTADOS POR DEBAIXO DESSA HISTÓRIA.
COM TODA CERTEZA!
APUREM ESSE FATO, MEU NOBRE EDITOR CHEFE DESSE MARAVILHOSO PORTAL!