
Roberto Carlos Caboclo, um dos executivos da Transzero Transportadora de Veículos, também usou o aplicativo WhatsApp para divulgar notícias que visam a denegrir a imagem do Grupo Caoa e do empresário Sérgio Gabardo, proprietário da Transportes Gabardo, que tem sede em Porto Alegre (RS). A Transzero pertence ao grupo Sada.
Caboclo é um dos 12 réus em ação penal movida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Todos são acusados de formação de cartel no setor de transporte de veículos novos e de formação de quadrilha. A ação tramita na 5ª Vara Criminal da Comarca de São Bernardo do Campo (SP) e corre em segredo de Justiça. A denúncia foi aceita pelo Poder Judiciário paulista em julho de 2013. O Gaeco foi criado em 1995 pela Procuradoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo. O grupo tem como função básica combater organizações criminosas.
Rede de boatos
Na semana passada, o executivo da Transzero compartilhou pelo menos duas notícias: “Corrupção no sistema da Caoa” e “Negócios de Gado com Gabardo levam a demissão de Antonio Maciel, presidente da Caoa”. Além disso, Caboclo também distribuiu pelo Whats, declarações de cegonheiro cooptado pelo cartel e de outras pessoas sem credibilidade, a exemplo de Ana Cristina Aquino, que no passado fez acusações a Vittorio Medioli e, posteriormente, ao empresário gaúcho.
A Transzero é uma das empresas responsáveis pelo transporte dos veículos produzidos pela Volkswagen do Brasil, montadora que está em fase final do processo de realização de cotação de preços, o chamado BID.

Mensagem disparada por Caboclo contém links e anexos
Na denúncia formulada pelo Gaeco, os promotores ressaltaram o vínculo da Transzero com a Sada:
“Em desfecho à comprovação da vinculação entre as empresas que compõem o Grupo Sada, assinale-se que, quanto à empresa Transzero Transportadora de Veículos, não obstante igualmente registrada em nome de interpostas pessoas e em sociedade com outra empresa, através das provas carreadas aos autos, restou evidenciado que também pertence ao Grupo Sada”.
Os promotores também destacaram:
“Com efeito, as interceptações levadas a efeito nos autos de nº 2004.71.00.022539-1, além das provas insertas neste Inquérito Policial, estão a indicar que reportada empresa, à época representada por Roberto Carlos Caboclo, agia em convergência aos interesses do Grupo Sada, sempre no desiderato da manutenção da cartelização no setor de transporte de veículos novos.”