Cegonheiros gaúchos frustram tentativa do Sinaceg de controlar Sintravers

Restou frustrada a tentativa de integrantes do Sindicato dos Cegonheiros de São Paulo (Sinaceg, ex-Sindicam), um deles com cargo de diretor, de exercerem o controle absoluto de entidade regional do setor, o Sintravers, que tem sede em Gravataí (RS). A tentativa ocorreu por meio de contato de dois “emissários” que sugeriram o afastamento do atual presidente, eleito em 2016. A proposta era de que o ”chefe” pagaria os proventos (cerca de R$ 10 mil mensais) de Jefferson de Souza Casagrande, o Bolinha, para que ele ficasse em cargo sem representatividade na chapa de oposição. Casagrande rejeitou a oferta e lançou sua candidatura à reeleição. Os opositores tiveram a chapa impugnada pela comissão eleitoral. Com chapa única, Bolinha foi aclamado em assembleia – foto de abertura -, realizada no último sábado (9). Começará novo mandato no dia primeiro e continuará no comando da entidade gaúcha até 2024.

A decisão do atual presidente em recusar a proposta oriunda de São Paulo em nome do “chefe” poderá determinar uma série de problemas de relacionamento entre as entidades. A identidade do chefe ainda não foi revelada oficialmente. No final da semana passada, no aplicativo whatsApp, um cegonheiro-empresário agregado à Transzero (uma das empresas de Vittorio Mediolli), mas também integrante do Sintravers, defendeu o “fim da contribuição mensal” ao sindicato gaúcho. Para ele, que não autorizou a divulgação do seu nome, não vale a pena “só contribuir e não ter direito a voto. Vocês contribuem, mas não valem nada para eles (o Sintravers). Eles não deixam vocês votarem. Há quatro anos atrás não tinham nada… só um caminhãozinho e uma dificuldade pra trabalhar”. Ele defendeu:

“Acho que seria interessante vocês não pagarem mais também.”

Segundo Bolinha, os 1,9 mil novos associados-contribuintes que também são vinculados ao Sinaceg começaram a contribuir com R$ 20 mensais ainda na gestão anterior. Ele explicou:

“Esses recursos servem para que qualquer cegonheiro, seja ele de que estado for, e que vier carregar na General Motors de Gravataí, possa usufruir da nossa plataforma, e de qualquer outro apoio e até mesmo de assessoria jurídica, como já ocorreu em vários casos.”

Para Bolinha, o estatuto é claro no que diz respeito aos chamados associados-contribuintes. Esses são diferentes do associado devidamente cadastrado e que possui direito a votar e ser votado. Sobre o possível término das contribuições de 1,9 mil empresas filiadas ao Sinaceg para o sindicato gaúcho, o líder sindical resumiu:

“Vamos aguardar para ver o que vai acontecer.”

Denúncia de cartel
Casagrande e Silvio Dutra (candidato que teve a chapa impugnada) foram os responsáveis pelas primeiras denúncias de formação de cartel no setor de transporte de veículos novos. Em 2000, à frente do Sintravers, foram ao Ministério Público Federal gaúcho e fizeram a representação. Como resultado, depois de 14 anos, houve a condenação da General Motors do Brasil, do Sinaceg (ex-Sindicam), de Luiz Moan Yabiku Júnior, na época diretor da montadora, e da Associação Nacional das Empresas Transportadoras de Veículos (ANTV). Na área criminal, como desdobramento da cível, foram condenados por formação de cartel: Luiz Moan (que conseguiu a prescrição da pena), Paulo Roberto Guedes, presidente da ANTV na época, e Aliberto Alves, então presidente do Sinaceg. Agora, Alves aparece como candidato a vice-presidente na chapa única da entidade paulista que se autointitula “nacional”.

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Um comentário sobre "Cegonheiros gaúchos frustram tentativa do Sinaceg de controlar Sintravers"

  1. LUIZ CARLOS BEZERRA disse:

    COMO UM MILITANTE DAS EMPRESAS NÃO VINCULADAS A ESSE CARTEL CRIMINOSO, QUE ATUA HÁ TANTOS ANOS EM NOSSO PAÍS, COMINANDO O SETOR DE TRANSPORTES DE VEÍCULOS NOVOS ENTÃO PRODUZIDOS NAS MONTADORAS, QUE SEMPRE BAIXARAM SUAS GUARDAS, APLICANDO FRETES SUPERFATURADOS, PARA AO FINAL SEMPRE PREJUDICAR E CAUSAR PREJUÍZOS AOS CONSUMIDORES FINAIS, ALÉM DE IMPEDIREM AS DEMAIS TRANSPORTADORAS, DO RAMO, DE EXERCEREM SUAS FUNÇÕES AFIM. SÓ TENHO QUE PARABENIZAR A INTEGRIDADE DO VENCEDOR, AO SE ELEGER PRESIDENTE DESSE SINDICATO DA CLASSE, LOCALIZADO NO RS!
    SINDICATO SÓ PODE OPERAR EM SEUS ESTADOS DA FEDERAÇÃO, AO QUAL FORAM FUNDADOS E, COMO O SINACEG (EX-SINDICAM) SEMPRE SE INTITULOU COMO NACIONAL, DE FORMA INCONSTITUCIONAL, TENTOU MANIPULAR AS ELEIÇÕES, PARA ENTÃO OBTEREM DOMÍNIO, DE FORMA CRIMINOSA.
    NÃO CONSEGUIRAM POR NÃO APOIAREM A FARSA!
    AGORA, VAMOS VER ONDE ISSO TUDO VAI PARAR, POIS ESSA “BRIGA”, CERTAMENTE VAI CONTINUAR POR LONGOS ANOS!
    AS ENTIDADES FEDERAIS DEVEM FICAR ATENTAS PARA NOVAS AÇÕES DESSA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSAS (CARTEL DOS CEGONHEIROS), POIS ELES NÃO GOSTAM DE PERDER NADA. NUNCA SE ACOSTUMARAM COM AS DERROTAS SOFRIDAS. SÃO CAPAZES DE TUDO, PARA SE MANTEREM NO COMANDO!
    TODO CUIDADO É POUCO!
    ESSE CARTEL JÁ DEVERIA TER SIDO EXTINTO HÁ MUITOS ANOS, ASSIM COMO TODOS OS CARTÉIS EXISTENTES EM NOSSO PAÍS!
    ATÉ AS EMPRESAS AO MESMO VINCULADAS, DEVERIAM PERDER SEUS ALVARÁS DE FUNCIONAMENTO, DE FORMA FINITA!
    ESSA É A MINHA OPINIÃO!
    AS LEIS DEVEM SER RESPEITADAS!
    “BRASIL ACIMA DE TUDO. DEUS ACIMA DE TODOS!”

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