Inquérito que aponta Vittorio Medioli como chefe de associação criminosa deve retornar ao TJMG na próxima semana

Matéria modificada em 9 de fevereiro de 2022
Retratação: Vittorio Medioli não foi indiciado no inquérito policial 277/2010

Enviado ao órgão da Polícia Civil de Minas Gerais encarregado de apurar crimes em que o investigado é prefeito em exercício, o inquérito da Polícia Federal que aponta Vittorio Medioli como o chefe da associação criminosa que controla o setor de transporte de veículos novos em todo o país deverá retornar ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) na próxima semana. O político e empresário é proprietário do grupo Sada e atual prefeito de Betim-MG.

O trabalho do Núcleo de Combate aos Crimes Praticados por Agentes Políticos Municipais com Foro de Prerrogativa de Função foi solicitado pelo desembargador Adilson Lamounier, da 5ª Câmara Criminal do TJMG.  O prazo de 120 dias para a autoridade policial realizar novas diligências e apresentar parecer esgota-se neste sábado, 7 de julho. Lamounier é o relator da peça acusatória.

As investigações da Polícia Federal começaram em 2010. Em julho do ano passado, o inquérito 277 foi remetido à Delegacia Especializada em Investigações de Falsificações de Sonegação Fiscal e Crime Contra Administração Pública, em Belo Horizonte. Na ocasião, Lamounier pediu o cumprimento de várias diligências, entre elas, acrescentar o depoimento dos indiciados: Claudemir Soares de Oliveira (Tramontina), João Danilo Gomes Martins (João Serrano) e Tiago Gomes Martins (Tiago Serrano). Também aparecem como indiciados, Luciano Gomes Batista (Goiano) e Jonas Lopes da Silva.

O relator também solicitou que seja juntada aos autos a certidão de óbito de Gilberto dos Santos Portugal (ex-dirigente da Brazul, empresa controlada pela Sada), além “dos elementos de prova produzidos acerca dos incêndios ocorridos entre setembro de 2009 e setembro de 2010, nos estados de Pernambuco, Bahia, Goiás e Santa Catarina”.

O inquérito traz ainda a delação de um cegonheiro. O depoimento foi prestado a um juiz e é considerado pela Justiça como “produção antecipada de provas”. Lamounier também pediu para ser juntado “o depoimento de Vittorio Medioli, apontado no relatório da autoridade policial como suspeito de chefiar a quadrilha investigada”.

Segunda acusação
Uma segunda acusação pesa sobre os ombros do atual prefeito de Betim, Vittorio Medioli. Trata-se de ação penal movida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do Ministério Público Estadual de São Paulo. Junto com Gennaro Oddone, executivo da Tegma, Gestão Logística, e outros dez réus, o proprietário do grupo Sada é acusado de formação de cartel no setor de transporte de veículos novos e de quadrilha.

O processo Tramita na 6ª Câmara Criminal do TJ mineiro. Em 18 de junho foi enviado ao Superintendente de Investigações da Polícia Judiciária em Belo Horizonte, Carlos Capistrano, para novas diligências e parecer. O documento foi encaminhado pela desembargadora Denise Pinho da Costa Val, relatora da ação que também será julgada pelos desembargadores. O processos penal, que já estava tramitando na comarca de São Bernardo do Campo-SP, foi remetido para Minas Gerais por conta do foro privilegiado a que Medioli tem direito por ser atualmente prefeito municipal.

O documento foi enviado ao núcleo da Polícia Civil depois que o colegiado do TJ definiu um conflito de competência negativo entre a 6ª e a 5ª Câmara.

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