Júlio Simões só engordou lucro da GM. Consumidores seguem pagando por prejuízo imposto pelo cartel

Obrigada por ordem judicial na Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul, a General Motors do Brasil (GMB) contratou a Júlio Simões (JSL), de Mogi das Cruzes (SP), para escoar inicialmente 10% dos veículos produzidos em Gravataí-RS e 1% dos fabricados nas demais plantas. Mas os valores cobrados pela JSL a título de transporte, cerca de 25% a menos que as empresas acusadas de participação no cartel dos cegonheiros, acabou engordando o lucro da montadora. Nenhum veículo transportado pela empresa teve como destino final a rede de concessionários. O resultado é que a redução no custo do frete não foi repassada aos consumidores da marca. A economia com frete foi embolsada pela GM.

Desde que foi contratada, em 2005, a JSL teve sua atuação limitada às chamadas transferências, carregamentos da planta de Gravataí para o Centro de Distribuição em São Paulo. Nas demais unidades da GM, a empresa realiza apenas as chamadas operações de porto.

A montadora também optou por entregar à Júlio Simões as exportações destinadas à Argentina. O fato ocorreu depois de denúncias ao MPF de que a GM estaria descumprindo a determinação judicial, quando foi descoberto que a empresa Elta, até então responsável pelos carregamentos para a Argentina, era de propriedade do grupo Sada.

Desde 2016, a transportadora do interior paulista não leva nenhuma carga para São Paulo. A contratação da Júlio Simões atendeu aos princípios da livre concorrência, mas os consumidores continuaram sendo penalizados.

 

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