
A Justiça de São Bernardo do Campo (SP) autorizou o Ministério Público de São Paulo a compartilhar provas obtidas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Pacto. Promotores poderão utilizar toda ou parte do material apreendido pelos federais no dia 17 de outubro de 2019, em mais um procedimento que investiga o sistema nervoso central do cartel dos cegonheiros, desde 2015.

De São Paulo
Toda a documentação apreendida por policiais federais durante as diligências criminais deflagradas em pelo menos quatro estados, envolvendo cinco transportadoras de veículos zero-quilômetro e um sindicato patronal de cegonheiros poderá ser utilizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco SBC). Documento em que o site Livre Concorrência teve acesso com exclusividade mostra que a autorização expressa foi dada pela Justiça de São Bernardo do Campo à equipe de promotores que está atuando no combate ao cartel dos cegonheiros. Material deverá ser usado na terceira frente de ação penal visando desbaratar a organização criminosa que controla o bilionário setor de transporte de veículos novos em todo o país.
Das cinco transportadoras de veículos novos que sofreram devassa – com autorização judicial pela Polícia Federal, durante a fase ostensiva da Operação Pacto – três delas (Autoservice, Brazul e Sada) pertencem ao grupo Sada, cujo proprietário é o prefeito de Betim (MG), Vittorio Medioli. Tegma Gestão Logística e Transcar (Bahia) também foram vasculhadas na mesma data, além do Sindicato dos Cegonheiros do Espírito Santo (Sintraveic-ES). Várias residências de supostos envolvidos no esquema considerado criminoso pelas autoridades, foram visitadas pelas equipes de busca e apreensão.
Segundo apurou a reportagem, desde 2015 o Gaeco em São Bernardo do Campo está arregimentando elementos de prova numa das investigações mais profundas sobre o cartel dos cegonheiros. O procedimento é chamado de PIC 03/2015 e já está na comarca de SBC. Promotores estão debruçados na farta documentação e coletando provas sobre o escopo da investigação. Estão inseridos eventual prática de crimes de “organização ou associação criminosa, formação de cartel, falsos documentais e tributários e lavagem de dinheiro, cometidos desde o ano de 2011, por exploradores de transporte de veículos novos em São Bernardo do Campo”.
A cada ano, o prejuízo transferido aos consumidores – compradores de carros zero-quilômetro – supera a marca dos R$ 3 bilhões por conta do sobrepreço cobrado pelas transportadoras envolvidas no esquema. O ágio existente surge por conta da falta de concorrência no setor, o que fere princípios estabelecidos pela ordem econômica.
Alguns documentos que estão em posse dos promotores paulistanos já compartilhados nesta terceira frente – existem outras duas ações penais em andamento com um total de 20 réus, porque dois já faleceram – foram apreendidos na sala do denunciado Alexandre Santos e Silva, da Brazul, segundo o Gaeco. Um deles é um e-mail encaminhado para Vittorio Medioli, com cópia para Roberto Caboclo, fazendo referência à “distribuição por montadoras, inclusive com divisão geográfica”. Outro material apreendido também na sede da Brazul, em armários na sala de Santos e Silva, mostram “mapas” com divisão geográfica de mercado “realizado pelo cartel das empresas transportadoras por montadoras”. Outro e-mail de Santos e Silva endereçado a Medioli, “acerca da operacionalização do cartel, fazendo menção às empresas Transilva e Tegma e à participação do sindicato”.
Pelos dados a que a reportagem teve acesso, o Gaeco de SBC deverá apresentar nova denúncia contra outros cinco integrantes do cartel dos cegonheiros, considerados como peças-chave do sistema nervoso central da organização. Estão sendo investigados nesse procedimento, Vittorio Medioli, político e proprietário do grupo Sada, Gennaro Oddone (deixou a presidência da Tegma após a deflagração da Operação Pacto), José Ronaldo Marques da Silva, o Boizinho, presidente do Sindicato Nacional dos Cegonheiros (SInaceg), Jardel de Castro, presidente do Sindicato dos Cegonheiros do Rio de Janeiro (SIntravrj) e mais uma vez, Waldelio de Carvalho Santos, presidente do Sindicato dos Cegonheiros do Espírito Santo (SIntraveic-ES).
PARABÉNS NOVAMENTE A ESSA NOVA EDIÇÃO, MUITO SÉRIA NA DIVULGAÇÃO DA MATÉRIA.
ENFIM, CHEGOU A HORA DE CRIMINALIZAR TODA ESSA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, ORA INVESTIGADA COM TAL AFINCO, PELOS ÓRGÃOS COMPETENTES.
CONTRA ESSES FATOS, NÃO FICA NENHUMA DÚVIDA. OS PREJUÍZOS CAUSADOS POR TANTOS ANOS AOS COFRES PÚBLICOS, TRANSPORTADORAS DE VEÍCULOS NÃO VINCULADAS AO SISTEMA E PRINCIPALMENTE AOS CONSUMIDORES FINAIS (QUE NUNCA SERÃO REEMBOLSADOS DE TANTOS PREJUÍZOS), NÃO É MESMO?
CUMPRAM-SE AS LEIS, IMEDIATAMENTE.
CARTÉIS, JAMAIS PODERIAM EXISTIR EM NOSSO PAÍS!
DURA LEX SED LEX!
PONTO FINAL PARA ESSA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA!