Omissão da Caoa-Chery contribui para atos de selvageria e vandalismo em frente à fábrica de Jacareí

A omissão por parte da montadora Caoa-Chery em Jacareí, localizada no interior de São Paulo, está contribuindo para o aumento dos atos de selvageria e vandalismo praticados por cegonheiros-empresários filiados ao Sindicato Nacional dos Cegonheiros (SInaceg), condenado pela Justiça Federal do Rio Grande do Sul por formação de cartel. Sem ação judicial ou queixa-crime contra os manifestantes, a montadora está permitindo que  os acessos em frente à fábrica se transformem em verdadeiro campo de batalha. Em reportagem veiculada pelo portal G1, TV Vanguarda, a matéria revela que a manifestação está sendo orquestrada pelo Sinaceg. A reportagem omite que a nova transportadora contratada teve 15 caminhões incendiados criminosamente nos últimos dias. Também não mostra as dezenas de caminhões depredados pelos vândalos a serviço do cartel.

Somente na tarde de ontem (31), os cegonheiros-empresários empreenderam uma série de atos violentos contra quase uma dezena de caminhões de “colegas” agregados à Transportes Gabardo. A empresa venceu o BID (cotação de preços) realizada pela Caoa-Chery. Antes, o escoamento da produção era feito por agregados às transportadoras Brazul (de propriedade de Vittorio Medioli) e Tegma.

Desde o dia 8 de outubro, cegonheiros-empresários que são contra a livre concorrência e que se intitulam donos do mercado já incendiaram criminosamente 15 caminhões-cegonha. A selvageria ganhou o apoio de cegonheiros-empresários do Rio de Janeiro, a exemplo de Jardel de Castro, presidente do sindicato carioca da categoria. Até agora ninguém foi indiciado ou denunciado. A cena abaixo mostra a ação de um marginal ligado ao cartel dos cegonheiros atirando pedras em veículos agregados à Gabardo na tarde dessa quarta-feira (31).

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Livre concorrência no Cade
Ao ser questionada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a montadora Caoa argumentou que contratou a Transportes Gabardo para escoar a produção em Anápolis-GO pelo fato de a empresa gaúcha não estar envolvida nas acusações de formação de cartel, além de ter qualificação técnica e valor de frete competitivo. O órgão antitruste investiga a prática de infrações à ordem econômica, formação de cartel no setor de transporte de veículos novos. Dezesseis montadoras foram chamadas para dar explicações. Agora, no entanto, frente aos episódios de violência praticados nas proximidades da fábrica de Jacareí, a montadora mostra-se absolutamente omissa. Nenhuma ação foi movida contra os baderneiros. A assessoria de imprensa da fábrica ficou de repassar informação da montadora, mas acabou não respondendo ao questionamento feito pelo site Livre Concorrência.

Nem a aplicação de multa no valor de R$ 50 mil por veículo que esteja obstruindo o acesso à fábrica, imposta pela Justiça, impede a ação dos vândalos. A resistência das empresas derrotadas em concorrência lícita mostra o destemor que os representantes do cartel têm às autoridades constituídas do país. Integrantes do Sinaceg continuam fazendo pressão ilegal intimidatória à montadora e à transportadora gaúcha.

Jungmann sem ação
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, recebeu, em audiência realizada no dia 18 de outubro, relato completo da ação da associação criminosa que controla o setor. O documento foi entregue pelo presidente do Sindicato dos Cegonheiros de Goiás (Sintrave-GO), Afonso Rodrigues de Carvalho, conhecido como Magayver. O líder sindical cobra uma ação mais enérgica por parte das autoridades com a intenção de por um fim nos atos de selvageria e incêndios criminosos. Mas até agora nenhuma ação concreta foi colocada em prática pelo ministério.

 

 

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