O deputado federal Jones Martins (PMDB-RS) não vê qualquer ilegalidade ou irregularidade na contratação da empresa dele como agregada da Bonança. Na eleição de 2014, Jones conquistou a terceira suplência do PMDB do Rio Grande do Sul para uma cadeira na Câmara dos Deputados. Hoje ele ocupa o cargo de deputado federal no lugar de Osmar Terra – nomeado ministro na pasta de Desenvolvimento Social e Agrário no governo do presidente Michel Temer.

Deputado Jones (à esquerda) e o prefeito Marco Alba, ambos do PMDB. O primeiro é carreteiro. O segundo, cegonheiro.
O político, advogado e agora empresário do setor de transportes já tem um caminhão operando na Bonança. Por enquanto, faz fretes de máquinas pesadas. A empresa do parlamentar chama-se Senoj Transportes, o seu primeiro nome escrito ao contrário.
“Esse é um negócio como outro qualquer. Isso é um investimento que estou fazendo com meu irmão de sócio. E se mais adiante aparecer uma oportunidade para entrar no segmento das cegonhas, entrarei.”
Jones Martins, deputado federal
Cheque sem fundo
Ele afirma que sua amizade com o presidente do Sintravers, Jefferson de Souza Casagrande (o Bolinha), vem desde a eleição de 2008. Disse querer distância das denúncias de carterlização no setor. Contudo, ciceroneou o presidente do Sintravers em gabinetes de autoridades em Brasília, no início do ano. Estavam acompanhados do jornalista José Barrionuevo, contratado para “melhorar a imagem dos cegonheiros”. A campanha não evoluiu porque o jornalista recebeu, como parte do pagamento, cheques sem fundos. Martins chegou a pedir para que seu nome fosse “aliviado” no noticiário.
Carreteiro e cegonheiro sob a mesma legenda
Martins também é colega de partido do prefeito de Gravataí, Marco Alba. O município da Região Metropolitana de Porto Alegre abriga a sede da planta da GM no Rio Grande do Sul. Alba, além de politico, possui três caminhões-cegonha transportando veículos produzidos pela GM.