
O Tribunal de Justiça de Pernambuco pretende gastar R$ 3,9 milhões na compra de 50 SUV’s da Honda, modelo HR-V. O veículo tem preço médio no mercado, segundo a assessoria da montadora, de R$ 83,1 mil. Mas o órgão público conseguiu redução do valor para R$ 78 mil por unidade. Desse total, segundo equação do Ministério Público Federal, cerca de R$ 156 mil serão embolsados pelo cartel que controla o setor de transporte de veículos novos. O frete, calculado, de acordo com o MPF, é de 4% sobre o valor do automóvel em todo o país, embutido no custo de produção.
Ainda segundo o MPF, tendo em vista a falta de concorrência no mercado imposta pela associação criminosa que continua comandando o setor, o sobrepreço pago pelos consumidores chega a 25% do transporte. No caso do TJ Pernambucano, R$ 39 mil serão pagos a mais por conta do superfaturamento das empresas acusadas de formação de cartel, que têm no Sindicato dos Cegonheiros de São Paulo (Sinaceg, ex-Sindicam), o braço político da organização.
Os percentuais empregados pelo portal Livre Concorrência fazem parte da apelação que o MPF protocolou no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, onde está em fase de recurso a Ação Civil Pública contra a General Motors, o ex-diretor Luiz Moan Yabiku Júnior, o Sinaceg e a ANTV, todos condenados em 1ª instância por formação de cartel.
Desconto de 6,12% é regular
De acordo com a assessoria de comunicação da Honda, o desconto concedido ao TJ pernambucano não está fora dos padrões estabelecidos pela montadora. O modelo ofertado é de câmbio manual e tem o mesmo valor de venda sugerido ao consumidor. Ainda segundo a assessoria da montadora japonesa, o desconto de 6,12% aplicado na licitação do Judiciário pode ser alcançado também pelo consumidor final tanto na rede de concessionários quanto em venda direta.