
Mais de 40 transportadoras alemãs estão cobrando na Justiça prejuízo de 237 milhões de euros causado pelo cartel das montadoras. A ação foi protocolada no início desta semana no Tribunal de Justiça de Monique. A decisão das operadoras logísticas daquele país de recorrer aos tribunais ocorre quatro meses depois de a Comissão Europeia condenar a Scania e outros cinco fabricantes de caminhões por violação de regras comunitárias entre 1997 e 2014.
Por 14 anos, a Scania, ao lado das alemãs MAN (da Volkswagen) e Daimler, assim como a sueco-francesa Volvo/Renault, a holandesa DAF e a italiana Iveco, estabeleceram acordo sobre os preços de venda dos veículos. As cinco fabricantes são responsáveis por quase 75% do transporte interno de mercadorias na Europa.
À época, a comissária europeia de Concorrência, Margrethe Vestager, justificou a punição:
“Em vez de acordo, as montadoras deveriam ter competido entre elas.”
Cartel foi condenado a pagar multa de 3,7 bilhões de euros
A Scania foi condenada a pagar 880 milhões de euros em multa. O valor imposto à montadora sueca é o segundo mais elevado após a punição de Daimler (um bilhão de euros), mas supera os valores da DAF (752 milhões), da Volvo/Renault (670 milhões) e da Iveco (494 milhões).
Diferente da Scania, as outras montadoras decidiram fechar acordo com a Comissão depois de reconhecer sua participação no cartel.
Cartel cobrava 7 mil euros a mais por caminhão
Executivos das transportadoras estimam que no período foram adquiridos 35 mil caminhões. A fixação ilegal de preços causou prejuízo superior a 2,5 milhões de euros. A ação coletiva pode resultar em ressarcimento de quase 7 mil euros por caminhão comprado nos 14 anos em que o acordo do cartel funcionou. Outras empresas e outros setores da economia também estudam a possibilidade de processar as montadoras.