Transportadoras da Sada atendem 86% das montadoras de veículos sediadas no país

A revelação referente ao domínio do bilionário mercado de transporte de veículos novos foi feita pelo proprietário do grupo Sada, Vittorio Medioli, em audiência na Justiça gaúcha. Percentual é maior do que os 70% anunciados pela empresa aos veículos de comunicação de Pernambuco em 2017.

Do Rio Grande do Sul

Durante audiência na 11ª Vara Criminal da Comarca de Porto Alegre, o prefeito de Betim (MG), Vittorio Medioli – reeleito com 76% dos votos, segundo declarou – e proprietário do grupo Sada, revelou ao magistrado, na presença de representante do Ministério Público, que suas empresas “atendem 19 das 22 plantas de montadoras instaladas no país”. Isso representa que as transportadoras de veículos controladas pela Sada detêm 86% do atendimento às montadoras em solo brasileiro. Ele atribui a liderança do mercado às premiações recebidas dos clientes.  As montadoras Volkswagen, Nissan e as autoridades constituídas, a exemplo da Polícia Federal, ministérios públicos de São Paulo e do Rio Grande do Sul, além do Ministério Público Federal e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pensam diferente.

Na mesma audiência ocorrida na Justiça gaúcha no dia 5 deste mês, o político e empresário mencionou ainda, que seu conglomerado de empresas faturou no ano passado US$ 1,5 bilhão, cerca de R$ 10 bilhões. “Empregamos hoje 10 mil pessoas”, garantiu. Sobre os números apresentados por Medioli, em 2017, o blog do jornalista Anderson Silva, sediado em Pernambuco, destacou, numa extensa publicação, que a Sada respondia por 70% do mercado de transporte de veículos novos em todo o país. A divulgação ocorreu quando a Sada anunciou investimentos vultosos no município de Goiana, onde está a planta da FCA-Fiat-Jeep, atualmente Stellantis. Lá, integrantes do Sindicato dos Cegonheiros de Pernambuco (Sintraveic-PE) foram excluídos da participação do escoamento da produção da montadora em favor de paulistas e mineiros.

Autoridades e montadoras
Empresas do grupo Sada, juntamente com a Tegma Gestão Logística e a Transcar da Bahia, foram alvos de diligências criminais de busca e apreensão autorizadas pela Justiça de São Paulo, no âmbito da Operação Pacto, deflagrada em 17 de outubro de 2019. Policiais federais, com a participação de promotores do Ministério Público paulista e de técnicos do Cade, apreenderam centenas de documentos nas sedes das transportadoras. Segundo a PF, mais de 2 mil documentos físicos foram recolhidos, além de aparelhos e equipamentos eletrônicos. As investigações foram solicitadas pela autoridade antitruste após firmar acordo de leniência com a Transilva Logística, que tem sede no Espírito Santo.

Dezenas de documentos apreendidos indicam, segundo a PF, conluio entre os investigados, principalmente na troca de informações consideradas sensíveis comercialmente, a exemplo de mapas de distribuição de cargas, percentuais de veículos transportados, faturamento entre as empresas, financiamento de greve de cegonheiros, contratos vencidos com montadoras, descontos de até 60% no valor do frete retorno para impedir a livre concorrência, conchavo para tirar cargas de transportadora concorrente, desconto no valor de frete para montadora abortar projeto de transporte por cabotagem, dentre outros.

A farta documentação embasou indiciamento de 12 pessoas pela Polícia Federal e na denúncia de nove integrantes pelo Ministério Público paulista (Gaeco). A Justiça de São Bernardo do Campo aceitou a denúncia e transformou em réus os nove denunciados. Ação penal está em curso. A mesma documentação teve autorização judicial para ser compartilhada com o Cade, onde inquérito administrativo que visa apurar práticas de infrações à ordem econômica – formação de cartel – está em curso desde 2016.

No âmbito das montadoras, a Volkswagen do Brasil, durante greve no escoamento da produção ocorrida em dezembro de 2017, peticionou à Justiça de São Bernardo do Campo, solicitando liminar para garantir o livre acesso à planta. No documento, a VW alegou que as empresas Tegma, Autoport, Brazul, Transzero e Dacunha (as três últimas de propriedade do grupo Sada) tinham participação ativa na greve, com o intuito de impedir a montadora de buscar melhores condições técnicas e preços mais competitivos. No mesmo dia em que oficiais de Justiça foram à unidade fabril para cumprir a ordem judicial, a montadora anunciou acordo com os grevistas.

A Nissan do Brasil chegou a afirmar que detinha contrato formal para o escoamento da produção dos seus veículos apenas com a Brazul. Revelou que a montadora não realiza BID – espécie de licitação no setor privado – por temer pela segurança não só dos seus colaboradores, como também dos produtos a serem transportados (veículos zero-quilômetro). O documento foi anexado ao inquérito administrativo em andamento no Cade, a pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Na mesma audiência ocorrida na Justiça gaúcha no dia 5 deste mês, o político e empresário mencionou ainda, que seu conglomerado de empresas faturou no ano passado US$ 1,5 bilhão, cerca de R$ 10 bilhões. “Empregamos hoje 10 mil pessoas”, garantiu. Sobre os números apresentados por Medioli, em 2017, o blog do jornalista Anderson Silva, sediado em Pernambuco, destacou, numa extensa publicação, que a Sada respondia por 70% do mercado de transporte de veículos novos em todo o país. A divulgação ocorreu quando a Sada anunciou investimentos vultosos no município de Goiana, onde está a planta da FCA-Fiat-Jeep, atualmente Stellantis. Lá, integrantes do Sindicato dos Cegonheiros de Pernambuco (Sintraveic-PE) foram excluídos da participação do escoamento da produção da montadora em favor de paulistas e mineiros.

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Um comentário sobre "Transportadoras da Sada atendem 86% das montadoras de veículos sediadas no país"

  1. LUIZ CARLOS BEZERRA disse:

    POIS É NOBRES AMIGOS QUE SEMPRE ACOMPANHAM AS MATÉRIAS LÍCITAS DESSE PORTAL.
    COMO PODE UM INDIVÍDUO DE NACIONALIDADE ESTRANGEIRA, IMPLANTAR SUAS EMPRESAS EM TERRITÓRIO NACIONAL, DOMINANDO ESSE MERCADO E SE ACHANDO NO DIREITO DE IMPEDIR QUE TRANSPORTADORES DE VEÍCULOS, PERTENCENTES AO SINDICATO LEGÍTIMO DA CATEGORIA, EXISTENTE NO ESTADO DE PERNAMBUCO, FIQUEM FORA DE TRABALHAREM NOS ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO DA MONTADORA ACIMA CITADA, LOTADA EM SEU ESTADO DA FEDERAÇÃO.
    FICOU CLARO QUE O GOVERNADOR ANTIGO, TERIA CEDIDO MAIS DE 65 HA DE ÁREA, PRÓXIMA À MONTADORA, PARA QUE ELE ASSIM INSTALASSE A SEDE DA SUA TRANSPORTADORA (SADA). ÁREA ESSA PERTENCENTE A NAÇÃO ESTADUAL, ONDE SENDO ASSIM, AS EMPRESAS EXISTENTES DO ESTADO, TERIAM PLENOS PODERES DE TRABALHAR, MAS NUNCA FICANDO FORA. NÃO É MESMO?
    O PIOR DE TUDO ISSO, É SABERMOS QUE A CITADA MONTADORA FICOU REFÉM DESSE CARTEL, PARA NÃO TEREM SEUS PRODUTOS INCENDIADOS POR ESSA FACÇÃO, CASO CARREGASSEM PARTE DE SUA PRODUÇÃO, ATRAVÉS DE TRANSPORTADORAS NÃO VINCULADAS AO SISTEMA.
    ISSO É UM VERDADEIRO ABSURDO.
    SENDO ASSIM, FICA A DEFINIÇÃO DE QUE: “O CRIME COMPENSA”, NÃO É MESMO!
    NÃO IMPORTA QUE ESSE ITALIANO TENHA CARRETEIROS (CEGONHEIROS) MINEIROS OU PAULISTAS, COMO SEUS FUNCIONÁRIOS. AS TRANSPORTADORAS DE VEÍCULOS EXISTENTES NO ESTADO, DEVERIAM POSSUIR PRIORIDADE, E NUNCA SEREM BANIDAS DE TRABALHAR.
    TODO CARTEL É CRIME CONSTITUCIONAL! SENDO ASSIM, DEVERIAM SER PUNIDOS NA FORMA DAS LEIS E, SENDO ASSIM, DEFINITIVAMENTE EXTINTO DE NOSSO BRASIL.
    ESSE ITALIANO (LÍDER DO CARTEL DOS CEGONHEIROS), QUE É PREFEITO DE UM MUNICÍPIO MINEIRO, DEVERIA SER IMPEACHMADO TAMBÉM SE SUAS FUNÇÕES POLÍTICAS, POR DESRESPEITO AS CITADAS LEIS E, SUA SEDE FUNDADA NO ESTADO DE PERNAMBUCO, DEVERIA SER SUMARIAMENTE FECHADA!
    SALVEM A NOSSA PÁTRIA AMADA BRASIL! SRS. JUÍSES!

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