
Documentos apreendidos pela Polícia Federal, na sede da Brazul, no âmbito da Operação Pacto, mostram que empresas acusadas de formação de cartel, entre outras ações, financiaram greve de cegonheiros ocorrida na Bahia no ano de 2014. Os custos foram rateados entre transportadoras e o Sindicato Nacional dos Cegonheiros (Sindicam, agora Sinaceg). Os federais, que chegaram às entranhas da associação criminosa que controla o setor com mãos de ferro, também comprovaram o conluio envolvendo empresas e a entidade patronal para manter o segmento fechado e impedir o ingresso de novos agentes no mercado.
Pelo menos sete transportadoras de veículos e o Sindicato dos Cegonheiros de São Paulo (Sindicam, agora Sinaceg), que se autointitula nacional, aparecem como envolvidos no financiamento da greve de cegonheiros ocorrida em março de 2014 na Bahia. Pequenos empresários ligados ao sindicato regional daquele estado lutavam para conquistar uma parcela do escoamento da produção da Ford de Camaçari, mas foram impedidos por integrantes do cartel dos cegonheiros que investiram nada menos do que R$ 2.920.274,92 no movimento que teve como principal objetivo manter o mercado fechado para novos operadores. As transportadoras fizeram um rateio das despesas, segundo documentos apreendidos pela Polícia Federal – que o site Livre Concorrência teve acesso com exclusividade. Material foi encontrado em um armário da sala de Roberto Carlos Caboclo, na sede da Brazul, em São Bernardo do Campo (SP), empresa do grupo Sada.
No extenso relatório – em poder do Ministério Público de São Paulo (Gaeco) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) -, denominado “Greve na Bahia-Resumo”, aparecem as despesas a serem rateadas entre as sete transportadoras, três delas controladas pelo grupo Sada, de propriedade do político e empresário Vittorio Medioli. Brazul, Transzero e Dacunha arcaram com nada menos do que R$ 860.675,09, o equivalente a 50,6% do total dos recursos. Tegma, Gestão Logística e Transauto, assumiram R$ 473.513,08 (35,2%) e R$ 191.019,49 (14,2%), respectivamente. Do montante, ainda surgem na planilha, a Transmoreno (comprada pela Júlio Simões em 2020), com R$ 74.733,64 (5%) e a Autoport, com o mesmo valor e percentual. Essas transportadoras, segundo o relatório, deveriam “pagar tudo ao Sindicam, agora Sinaceg”.
Reprodução de e-mail apreendido pela Polícia Federal (folha 1.900)

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No “Resumo das Despesas”, aparecem outros números lançados, a exemplo do “custo das empresas” R$ 815.031,60:
– Custo Sindicam (Sinaceg), R$ 1.105.243,32.
– Conta Sindicam (Sinaceg) pátio carreteiro, R$ 1.000.000,00.
– Soma das despesas, R$ 2.920.274,92.
– Pagamento por conta do Sindicam (Sinaceg), R$ 1.425.600,00.
– Saldo a pagar pelas empresas, R$ 1.494.674,92.
O material ressalta que “a Brazul pagou R$ 815.031,60”. Cada empresa ficou encarregada a reembolsar a Brazul e o Sindicam (Sinaceg).
Todas as tratativas iniciaram-se a partir de correspondência eletrônica apreendida pelos federais na sede da Brazul, e tiveram como origem, G. S. P., executivo da transportadora já falecido. A data impressa é o dia 12 de março de 2014, às 9h48min. Na mensagem, o executivo comemora o fato de as transportadoras arcarem com 51,5% dos custos da greve, “o que já é um grande avanço, já que é a primeira vez que conseguimos dividir as despesas com eles em forma de rateio em algo desse tipo”. Ele também adverte que pelo acordo, “Tegma e Transauto pagarão a Brazul com a emissão de notas fiscais. Transzero nos reembolsará em R$ no dia 30.03. Roberto – possivelmente Roberto Carlos Caboclo – fez questão disto. Dacunha, assumimos, e é claro, a parte da Brazul também”.
Na rubrica informal denominada “pendências”, o então executivo da Brazul menciona:
“Por conta do acima, assumimos pagar ao Sindicam (Sinaceg) o valor restante em (R$ PF, possivelmente por fora) de 515.381,56 (preparar para amanhã, 12.03).”
No segundo item, é citado:
“Também assumimos o pagamento de 4 parcelas de 20.000,00 (06/03, 06/04, 06/05 e 06/06) para Simoc, conforme contas em poder da Marcia (06/03 será feito em 12/03).”
Reprodução de e-mail apreendido pela Polícia Federal (folha 1.900)

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Também de acordo com o e-mail apreendido pelos federais nas dependências da Brazul, o ex-executivo encaminha ordens para Marcia (DFI) e Diretoria-Milton Souza, destacando que do seu caixa “saíram 326.992,00 sem comprovante e a Transzero irá nos repor 276.452,55 (vide demonstrativos), portanto, ficará uma saída do seu caixa de 50.539,45 + as 4 parcelas de 20.000, a serem efetuadas. As demais despesas têm nota fiscal e foram colocadas como despesas Brazul”, encerra a correspondência eletrônica.
O site Livre Concorrência procurou o grupo Sada, inclusive o proprietário Vittorio Medioli, a Tegma, Gestão Logística, a Transmoreno Transporte e Logística, a Transauto Transportes Especializados de Automóveis, a Autoport Transportes e Logística e o Sinaceg, em busca de esclarecimentos. Sada e Sinaceg se manifestaram. As demais não responderam até o fechamento da edição, preferindo manter o silêncio.
MEUS AMIGOS QUE SEMPRE ACOMPANHAM ESSAS MATÉRIAS BRILHANTES, EDITADAS NESSE PORTAL LÍCITO, ATRAVÉS DO EDITOR CHEFE, DEVIDAMENTE BASEADO EM FATOS REAIS.
É INACREDITÁVEL O QUE VEM OCORRENDO EM NOSSO PAÍS, AO LONGO DE TANTOS ANOS, NÃO É MESMO?
COMO PODE UMA FACÇÃO CRIMINOSA DESSA, AINDA ESTAR EM PLENA ATIVIDADE, CAUSANDO SÉRIOS PREJUÍZOS FINANCEIROS, PRINCIPALMENTE AOS CONSUMIDORES FINAIS E AS DEMAIS TRANSPORTADORAS DE VEÍCULOS, ONDE MUITAS TIVERAM QUE SER FECHADAS, POR LHES FALTAR ESSES SERVIÇOS, JUNTO A VÁRIAS MONTADORAS, QUE SE FICAM OBRIGADAS A OPERAR COM O CARTEL, PARA NÃO TEREM PREJUÍZOS PELOS DIVERSOS CRIMES DE INCÊNDIOS CAUSADOS POR ELES, EM EQUIPAMENTOS CONCORRENTES, QUE CONSEGUIRAM UMA FATIA, MESMO QUE MÍNIMA, NO RAMO!
NÃO CONSIGO ENTENDER O POR QUÊ, DE ATÉ HOJE, ESSAS TRANSPORTADORAS ORA VINCULADAS A ESSA FACÇÃO, AINDA POSSUAM SEUS RESPECTIVOS “ALVARÁS DE FUNCIONAMENTO”, E SEUS LÍDERES GESTORES, AINDA SE ENCONTRAREM EM LIBERDADE?
PRINCIPALMENTE UM ESTRANGEIRO, DE NACIONALIDADE ITALIANA!
SÓ NO BRASIL MESMO, QUE BANDIDOS ATUAM!
VERGONHA NACIONAL!