Transportadoras que se dizem concorrentes continuam trocando cargas entre si

Ao Cade, as empresas do grupo Sada e Tegma afirmam serem concorrentes, mas a prática mostra que ambas dividem o mercado, repartindo cargas para impedir o ingresso de novos agentes e aplicando cobranças a mando de sindicato.

A constatação feita pelos investigadores que trabalharam na Operação Pacto – de que as empresas do grupo Sada e Tegma, principalmente, em comunhão de esforços com o Sintraveic-ES, operam com vistas a impedir a livre concorrência e a garantir a divisão de mercado com a aplicação de preços artificiais – se mantém, mesmo depois das buscas e apreensões feitas pelas autoridades nas sedes dessas transportadoras e entidade. Os fatos da atualidade mostram ainda que empresas se unem ao sindicato patronal a ponto de entregarem o controle absoluto das cargas às chamadas comissões de carreteiros, controladas pelo Sintraveic.

O esquema mostra que a Sada transfere parte do transporte de veículos Fiat para caminhões-cegonha emblemados com a logomarca da Tegma (foto de abertura). Em contrapartida, a Tegma, contratada pela Glovis, a operadora de logística da Hyundai Brasil, repassa algumas cargas para a Brazul Transporte de Veículos, empresa controlada pela Sada, que tem Vittorio Medioli como proprietário.

No Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), no entanto, Tegma e Sada se dizem “concorrentes”. Pelo menos é o que consta nos autos do Ato de Concentração aprovado pelo órgão antitruste, no qual a Tegma adquiriu o controle acionário da Cooperativa de Transportadores de Veículos (CTV). A operação envolveu um triângulo societário e recursos da ordem de R$ 147 milhões, em 2008.

Descontos indevidos (dos associados), rejeitados por decisão judicial em ação movida pela Transtavella & Bianconi, passaram a ser prática comum. E não é pouco: 10% do faturamento bruto das transportadoras subcontratadas. A conivência das transportadoras investigadas se concretiza a partir do aceite da autorização comandada pela entidade patronal. Nesta semana, a Brazul, que teria recebido cargas de veículos Hyundai, impediu a homologação de uma empresa que se recusa a pagar os descontos considerados “abusivos”. O responsável pela Brazul, chamado Alan, informou que essa empresa só carregaria com “ordem do presidente do Sintraveic, Waldelio”. Waldelio de Carvalho Santos é um dos investigados pela Polícia Federal em outro inquérito, por participação em incêndios criminosos de caminhões-cegonha, mas continua, pelo relato encaminhado ao site Livre Concorrência, decidindo sobre os carregamentos das grandes transportadoras. Em outra mensagem, o funcionário da Brazul pede: “Liga no Sinaceg.”

Vale lembrar que a Operação Pacto, deflagrada em 17 de outubro de 2019, foi gestada depois de “apelo” feito pela Transilva Transporte e Logística, que tem sede em Vitória (ES), ao então ministro da Justiça Alexandre de Moraes, em novembro de 2016. A Transilva encaminhou documento ao ministro contendo 445 páginas, no qual relatou toda a sorte de atentados a que estava sendo submetida, incluindo fotos e vídeos, além de mensagens do aplicativo WahtsApp.

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Um comentário sobre "Transportadoras que se dizem concorrentes continuam trocando cargas entre si"

  1. LUIZ CARLOS BEZERRA disse:

    CONFORME SE PODE AVERIGUAR, ATÉ MESMO EM MEUS COMENTÁRIOS ANTERIORES, AS TRANSPORTADORAS DO GRUPO SADA (PERTENCENTE AO LÍDER DO CARTEL DOS CEGONHEIROS – O ITALIANO VITTORIO MEDIOLI) E A TEGMA (EMPRESA ALEMÃ), NUNCA FORAM CONCORRENTES, HAJA VISTA QUE ESSAS EMPRESAS SÃO AS QUE COMANDAM TODAS AS FROTAS VINCULADAS A ESSA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, HÁ MUITOS ANOS.
    LAMENTÁVEL A FORMA EM QUE ELES TENTAM DE TODAS AS FORMAS, LUDIBRIAR A JUSTIÇA, DEVIDAMENTE COORDENADOS PELO LÍDER DESSA FACÇÃO E SEUS ADVOGADOS (QUE NÃO SÃO POUCOS). O SINACEG (BRAÇO FORTE) DA ENTIDADE, COMANDA TAMBÉM O SINTRAVEIC-ES (SINDICATO PATRIONAL, NO QUAL TODOS POSSUEM FROTAS QUALITICATIVAS NO CARTEL).
    ELES CUMPREM SUAS ORDENS DO COMANDO MAIOR, LOTADO EM SBC-SP, QUE SE INTITULAM ATÉ HOJE COMO SINDICATO NACIONAL, DE FORMA INCONSTITUCIONAL.
    ESSES EMPRESÁRIOS OBRIGAM SEUS CEGONHEIROS A PAGAR OS 10% DOS FATURAMENTOS DAS SUBCONTRATADAS, ONDE QUEM NÃO PAGA, NÃO CARREGA.
    COMO PODEM VER. ESSA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA NUNCA SAI PERDENDO, E OS PREJUÍZOS CAUSADOS HÁ TANTO TEMPO, NÃO SÓ AOS CONSUMIDORES FINAIS (QUE PAGAM ÁGIOS DOS FRETES SUPERFATURADOS), COMO AS DEMAIS TRANSPORTADORAS DE VEÍCULOS, NÃO VINCULADAS AO SISTEMA E, AOS COFRES PÚBLICOS TAMBÉM, POIS EM MUITOS CASOS, NEM RECOLHEM OS ICMS RESPECTIVOS.
    ESSA FARÇA TEM QUE ACABAR, DEFINITIVAMENTE E IMEDIATAMENTE, COM TODOS OS RÉUS CONDENADOS NA FORMA DAS LEIS.
    JÁ DISSE E REPITO. BASTA CANCELAR OS ALVARÁS DE FUNCIONAMENTOS DESSAS TRANSPORTADORAS, QUE SÓ ASSIM O CARTEL NÃO PODERÁ ATUAR E, OS SINDICATOS MANIPULADOS POR ESSA FACÇÃO, TAMBÉM DEVEM SER SUMARIAMENTE FECHADOS, POR ORDENS JUDICIAIS.
    NINGUÉM FOI PENALIZADO ATÉ OS DIAS DE HOJE, COM RELAÇÃO AOS INCÊNCIOS CAUSADOS EM EQUIPAMENTOS DAS TRANSPORTADORAS QUE NÃO FAZEM PARTE DESSE CARTEL! POR QUÊ?
    “BRASIL ACIMA DE TUDO. DEUS ACIMA DE TODOS!”

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