
Segundo o magistrado, existe um padrão contínuo de uso indevido dos tribunais por Trump e seus advogados, o que mina o Estado de Direito, retrata juízes como partidários e desvia recursos daqueles que sofreram danos legais reais.

De São Paulo
A Folha de São Paulo informa que Donald Trump e uma de suas advogadas foram condenados a pagar quase US$ 1 milhão (R$ 5,2 milhões) por usar tribunais para espalhar desinformação e obter ganhos políticos.
Na sentença proferida em 19 de janeiro, o juiz distrital John Middlebrooks argumentou que o ex-presidente dos Estados Unidos e sua advogada Alina Habba agiram de má-fé e demonstraram um padrão de uso indevido dos tribunais americanos ao recorrer à Justiça contra Hillary Clinton. O objetivo do então candidato republicano, segundo a decisão do magistrado, era promover-se politicamente com base em desinformação.
Na petição, Trump alegou que Hillary, ex-secretária de Estado e candidata do Partido Democrata à Casa Branca na eleição de 2016, e seus correligionários tentaram fraudar o pleito com a participação do governo russo. Na ocasião, Trump elegeu-se presidente.
Além de Hillary, o processo movido por Trump tinha como alvo 30 pessoas e organizações, inclusive o Comitê Nacional Democrata, responsável por organizar campanhas da legenda, e o ex-diretor do FBI James Comey.
O juiz destacou:
“Esse caso nem sequer deveria ter sido aberto. Sua inadequação como uma ação legal era evidente desde o início.”
E acrescentou:
“Há um padrão contínuo de uso indevido dos tribunais por Trump e seus advogados, o que mina o Estado de Direito, retrata juízes como partidários e desvia recursos daqueles que sofreram danos legais reais.”
O processo foi rejeitado pelo juiz em setembro de 2022. O suposto conluio com os russos nunca existiu, conforme investigação conduzida pelo procurador especial Robert Müller, em 2019.