Volkswagen: acordo com o cartel força compradores da marca a pagar R$ 251,1 milhões de ágio

O acordo firmado com a Volkswagen do Brasil em dezembro de 2017 para por fim à greve dos empresários que lideram o sistema cartelizante no escoamento da produção acabou causando um prejuízo de R$ 251,1 milhões aos compradores da marca no último ano. O valor é R$ 99,984 milhões maior do que os consumidores da montadora pagaram ao longo de 2017. Enquanto a Volks aumentou as vendas em 35,29% no ano de 2018, o prejuízo causado pelo ágio por conta da ausência de concorrência no transporte dos veículos produzidos pela marca e levados até o consumidor final por empresas vinculadas ao cartel dos cegonheiros subiu 66,12% em relação ao ano anterior.

Em dezembro de 2017, a Volkswagen ajuizou ação judicial contra as empresas Transauto Transportes Especialziados de Automóveis, Tegma, Gestão Logística, Brazul Transporte de Veículos, Transzero Transportadora de Veículos e Dacunha (as três últimas de propriedade da Sada e de Vittorio Medioli, atualmente prefeito de Betim-MG). Os advogados da VW também denunciaram sindicatos, entre eles o Sindicato Nacional dos Cegonheiros (Sinaceg).

Em petição encaminhada à Justiça, a montadora revelou:

“A participação das empresas na paralisação do transporte é evidente, e tem como fito, mais uma vez, pressionar a Volkswagen a não realizar processo seletivo para contratar novos prestadores de serviços com melhores condições técnicas e financeiras. Os cegonheiros sindicalizaram-se e se uniram para coordenar a negociação de preços de frete praticados no mercado automobilístico. Com isso, propiciaram as condições para a fixação de preços de frete majorados e para a criação de reservas de mercado em prejuízo da livre concorrência.”

Um dia após conseguir a liminar determinando a liberação dos acessos à fábrica, no entanto, a própria montadora anunciou acordo com as empresas e sindicato que acusou de participarem de cartel e de impedirem a contratação de novos transportadores.

Silêncio da autoridades
A Volkswagen também deixou claro que optou por continuar pagando preços maiores a título de frete, uma vez que esses valores estão embutidos no preço final dos veículos e repassados integralmente para os consumidores da marca. Ministério Público Federal, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), MPF da Alemanha e a presidência da montadora na Alemanha receberam denúncias sobre o acordo com o cartel. Nenhuma autoridade se manifestou.

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2 comentários sobre "Volkswagen: acordo com o cartel força compradores da marca a pagar R$ 251,1 milhões de ágio"

  1. Redação disse:

    O site Livre Concorrência não insinua. O texto sobre melhores condições técnicas e financeiras foi escrito pela Volkswagen do Brasil e protocolado no Foro de São Bernardo do Campo-SP. O site Livre Concorrência possui cópia integral do documento assinado pelos advogados contratados pela Volkswagen do Brasil.

  2. LUIZ CARLOS BEZERRA disse:

    Prezados da Redação. Parabenizo a atuação do Portal da Livre Concorrência, mas se a Volkswagem aprova trabalhar com o Cartel, quem sofre com os valores abusivos dos fretes pagos as Empresas vinculadas, são os consumidores finais!
    Certamente essas Empresas cartelistas possuem qualidades técnicas, principalmente após receberem os valores superfaturados dos fretes. Não é mesmo???
    Contra essa Máfia, dirigida pelo proprietário da SADA e seus associados, grana não falta, para forjar estrutura operacional! Qualquer um teria a mesma obrigação!
    Só quem sofre é o PAÍS!
    Não me refiro à Gabardo!
    Só não repudio a atuação do CARTEL, QUE DEVE SER ABOLIDO IMEDIATAMENTE!
    Espero ter sido claro!

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